Elaboração de um Manual de Antídotos para Tratamento de Intoxicações Medicamentosas de Pacientes Usuários do Pronto-atendimento de um Hospital do sul de Minas Gerais

Resumo

Intoxicação é definida como o conjunto de sinais e sintomas causados pela exposição a substâncias químicas tóxicas ao organismo, medicamentos em altas doses, agrotóxicos, alimentos contaminados, metais pesados, dentre outras substâncias. Os sintomas de intoxicação variam de acordo com alguns fatores, como tempo de exposição, concentração e toxicidade do agente, natureza da substância química e susceptibilidade de cada indivíduo. As intoxicações podem ocorrer de forma aguda, quando a pessoa, em um curto espaço de tempo, é exposta a uma grande quantidade de agente tóxico, ou de forma crônica, onde a pessoa se intoxica pouco a pouco, com pequenas quantidades por um longo período de tempo. A intoxicação por medicamentos normalmente é relacionada à automedicação, prescrição incorreta, exposição acidental e uso inadequado, sendo este último mais comum em tentativas de suicídio e aborto, com maior prevalência em mulheres jovens. O Brasil ocupa o quinto lugar na lista mundial de consumo de medicamentos e o primeiro lugar na América Latina, sendo que em torno de 80 milhões de pessoas escolhem a automedicação, o que se relaciona diretamente com as intoxicações medicamentosas. Isso porque se tem uma facilidade muito grande de se adquirir um medicamento, e, com isso, a população não procura saber a real necessidade do uso, daí se justifica a importante a atuação do farmacêutico e da Atenção Farmacêutica. Segundo informações do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, as classes de medicamentos que mais intoxicam no Brasil são os benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos e anti-inflamatórios. Desta forma, torna-se necessário o entendimento e conhecimento dos principais antídotos para estas intoxicações medicamentosas. Antídotos são substâncias que atuam no organismo, diminuindo ou neutralizando efeitos e ações de substâncias químicas tóxicas. Eles podem ser antagonistas farmacológicos, quelantes, anti-toxinas e outros. Sendo assim, identificar o medicamento usado e dosar sua concentração plasmática são informações cruciais para a utilização do tratamento e o uso do antídoto adequado, mas, em alguns casos, não é possível identificar o agente tóxico. A maioria das intoxicações podem ser abordadas apenas com tratamentos de suporte, porém algumas necessitam da administração de medicamentos e/ou antídotos específicos, em ambiente hospitalar. Com isso, o presente trabalho teve o objetivo de elaborar um manual de antídotos para ser aplicado em uma unidade de pronto-atendimento de um hospital do sul de Minas Gerais, facilitando a procura dos fármacos por farmacêuticos, médicos e equipe multidisciplinar, de forma a gerar um tratamento mais rápido e específico aos pacientes intoxicados. Com isso, o presente trabalho destacou a relevância da área, oferecendo subsídios para outros profissionais para atuarem na prática e alertar os profissionais sobre os perigos da automedicação.