Gestão da Diversidade: mulheres trans e travestis no mercado de trabalho formal em Pernambuco

Eula Paula Lourenço Silva, Ariana Cericatto da Silva

Resumo


Diversificar times é sinônimo de reparação histórica, compromisso social e respeito às diferenças. Ao incluir subgrupos, as organizações contribuem para um ambiente corporativo saudável e rentável. Embora promissoras, as iniciativas, que viabilizam a pluralidade estão longe de serem uma realidade no Brasil. A ausência de cidadãs transgênero em postos de trabalho formal, denuncia este problema estrutural da sociedade brasileira. Com o propósito de entender o fenômeno, esta pesquisa objetivou identificar e analisar a percepção de profissionais das áreas de Gestão de Pessoas, Departamento Pessoal e Recursos Humanos, sobre a inclusão de mulheres trans e travestis no mercado de trabalho formal no estado de Pernambuco. A metodologia de estudo foi quali-quantitativa, descritiva e explicativa, com coleta de dados por meio de questionário eletrônico, aplicado a 137 trabalhadores, com atuação no estado. Em tese, a percepção dos profissionais é de concordância quanto à inclusão da população trans feminina, a qual se mostra como desafio nas organizações. No estado que liderou o “ranking” nacional, em número de assassinatos de pessoas trans em 2022, a inclusão esbarra na transfobia institucional que dificulta, quando não impossibilita, o exercício da cidadania plena dessas pessoas.


 

Texto completo:

10.29327/2405740.10.2-10

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